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A vida ...

Defendendo a Natureza e o Ecossistema

“Crer que somos separados é que é ilusório. Os homens somos como ramos ou galhos de uma mesma árvore. Como ondas de um mesmo Oceano”

Roger Garaudy

Como se não bastasse o aumento da criminalidade, problema oriundo da má gestão governativa do Estado Nacional Brasileiro, temos de pensar em outros problemas, como a defesa da vida, ameaçada por nós mesmos, em todo o planeta Terra... A irregularidade do clima mundial, o excesso de calamidades ocorrendo simultaneamente pelo mundo afora nos conclama a esta reflexão, quase apocalíptica: nevascas na Europa, vulcões na África, furacões no Caribe, seca no Sul do Brasil, enchentes no Nordeste brasileiro, raios caindo aos borbotões intermináveis provocando danos nos mais diversos tipos de eletrodomésticos... Por este motivo proponho hoje visitar a questão ecológica a partir de dois exemplos históricos recentes à guisa de reflexão ecológica em sentido ampliado.

Ecologia – tentando definir...

Não há vida isolada. Todo o ser vivo depende visceralmente de uma série de fatores a seu surgimento, desenvolvimento e reprodução. Além do meio físico e dos componentes químicos indispensáveis a cada organismo vivo, há também a necessidade indispensável de uma infinidade de outras espécies com as quais cada organismos vivo mantém relações obrigatórias, vitais. A todos estes elementos físicos, químicos e biológicos necessários à sobrevivência de cada espécie denominamos meio ambiente. Ao estudo das relações entre os seres vivos e o meio ambiente, damos o nome de ecologia (do grego eco=casa, logos=conhecimento)

Primeiro exemplo: o combate mal feito a mosquitos provoca morte de seres humanos

Muitas vezes, por ingenuidade, desconhecimento ou, no limite, má-fé, todo um ecossistema é impiedosamente destruído a partir da mera supressão de uma única espécie julgada imediatamente nociva.

Vejamos um exemplo: com uma dedetização em massa para eliminar os incômodos mosquitos em Bornéu, na Indonésia, eliminaram-se também as vespas (um parente do nosso marimbondo...), que se alimentavam de certas lagartas. Morrendo as vespas, as lagartas, que eram insensíveis aos poderosos agrotóxicos, multiplicaram-se sem controle. A superpopulação de lagartas comeu as palhas que cobriam as casas. Nessa cadeia, as moscas, que viviam dentro das casas, absorveram os agrotóxicos e as lagartixas, que as comeram, morreram ou perderam a velocidade, tornando-se presa fácil dos gatos. Foi a vez de os gatos morrerem. Festa dos ratos: livres de seus caçadores, invadiram as casas semidestruídas em busca de alimentos e transmitiram doenças terríveis à população, entre elas a Peste Negra... Muita gente morreu só porque alguém “resolveu” acabar com os mosquitos. Como se vê, tudo se relaciona na Natureza. Os exemplos podem se multiplicar e há muitos de amplo conhecimento do público como a contaminação dos peixes dos rios pelo mercúrio utilizado nos garimpos de regiões auríferas no Brasil. Estes peixes, ingeridos pelo homem, impregnados de mercúrio, que o organismo não elimina, arrebentam com o sistema nervoso e têm causado dores de cabeça terríveis aos que vivem da pesca, particularmente nas regiões de garimpo fluvial, como no Mato Grosso.

Segundo exemplo: o mar poluído prejudica a vida humana...

Anos atrás, um cidadão escandinavo, de nome Thor Heyerdal, atravessou o Oceano Atlântico num barco de papiro (cópia das antigas embarcações egípcias). Constatou desolado que, ao longo de todo o oceano, ao crepúsculo, percebe-se uma fina camada de óleo fazendo com que as cores do arco-íris refratem-se em suas águas. Bonito de se ver, sem dúvida, mas fruto de mais de trinta anos de despejos acidentais e mesmo intencionais de petróleo nos mares. Os intencionais são devidos à necessidade da introdução da água do mar nos petroleiros após sua descarga, para manter-lhes a estabilidade. Como sempre, ficam grandes quantidades de óleo nos depósitos dos petroleiros, esta água do mar, ao ser a ele devolvida, vem “batizada” com cerca de 5% de sua massa total composta de óleo. Multiplique-se isto por trinta anos ou mais, some-se aos acidentes e às guerras e imagine-se como a fauna e a flora marítima estão ameaçadas em nossos dias pelo petróleo. Isso para não mencionar os dejetos orgânicos e inorgânicos que todas as cidades jogam – na maior parte das vezes sem o menor tratamento – nos rios, dos rios aos mares, agravando ainda mais o quadro preocupante. Até quando o “Planeta Azul” suportará esta guerra surda que a sociedade industrial declarou à Natureza em nome de um “progresso” que ameaça levar a todos à morte? Claro, nossa geração, apesar de tudo, tem esperanças de uma vida ainda razoável. Mas e aqueles que virão depois de nós, que farão com este lixo todo que estamos deixando para eles? Como sobreviverão se conseguirmos derrotar a Natureza pelo sufocamento dos mais diversos poluentes?

A conscientização ecológica internacional não é mero modismo; é, para nós e principalmente para os que virão depois de nós, questão de vida ou morte.

Lázaro Curvêlo Chaves